Atenção: isto é só mais um dos meus devaneios alucinados. Ainda assim, gostava que alguém me dissesse ou explicasse, como se eu tivesse 8 anos, porque tenho eu de pagar 30 e 40 euros por um CD, só para poder ouvir uma música ou duas? Já alguma vez algum dos responsáveis pelas editoras e até mesmo da SPA procurou saber porque razão não se baixa em Portugal o preço deste material, para dessa forma permitir aos DJ's maior poder de compra e, assim, reduzir a tentação de ir aos downloads na internet? Meus senhores, olhem para a Europa e tentem aprender alguma coisa... O tempo da caça às bruxas já lá foi. Saibam diferenciar as coisas e não procurem fazer com que o justo pague pelo pecador. Baixem os preços dos CD's, e pode ser que se aprenda algo. Se querem lutar por algo que valha a pena, lutem por isso: BAIXEM O PREÇO DOS CD'S! Aqui, neste Portugal SUPERIOR, um CD de karaoke pode custar-me cerca de 20 a 30 euros. Em Londres, uma colectânea de cinco CD's custa 11 euros, com portes de envio. Curioso, não é?... A sério, que não sei onde isto vai parar. E atenção, porque qualquer dia até nos carros começam a caçar os CD's, o que até já nem me admira.
Basta ir ao site da SPA para constatar que até existe um serviço a quem compete o licenciamento da utilização de obras literário-musicais em três áreas distintas:
- Online: Venda Digital de Música; Toques de Telemóvel, Streaming, Rádio Online, Web TV;
- DVD e CD-ROM: conteúdos musicais, conteúdos predominantemente não musicais, karaokes, apresentações;
- Entidades que comercializam fornecimento de música ambiente.
Vejam lá ao que chegamos: aos toques de telemóvel. E aguardem, pois qualquer dia ainda vêm dizer que vamos ter de começar a pagar a quem se dirige aos karaokes, pois são artistas.
A sério, isto tem de chegar a um consenso. Não há ninguém com poder de compra suficiente para poder fazer face aos enormes custos com a aquisição de CD's, pelo menos aos preços que se pratica em Portugal. Nem mesmo os donos dos bares. No entanto, pelos vistos, qualquer dia, se quiserem ter tudo legal, vão ter de ser eles a fazer o investimento, que não é pouco, diga-se. No meu caso, basta passar pelos sites de karaoke portugueses para poder constatar isso mesmo. Entre 700 e 900 euros, no mínimo, só para poder ter colecções de música portuguesa e muito poucas estrangeiras.
Sejamos realistas: assim, qualquer dia, não é só Santa Cruz que será uma cidade dormitório. Será a Madeira inteira, tal será o silêncio que se vai ouvir nas casas de referência da nossa ilha.
Já agora, estejam atentos ao que pode vir a acontecer a alguns dos chamados cartazes turísticos da nossa ilha...
Um comentário:
" Ás vezes no silêncio da noite " ( e do dia,também )... eu começo a ficar preocupado - quase em pânico - com a possibilidade de os representantes da SPA e outras entidades fiscais me abordarem na rua - ou na cama - para que pague as taxas relativas à divulgação de temas musicais em espaço público ou privado sem ter a respectiva licença. Esta inquietação resulta do facto de eu, muitas vezes, cantar na rua ou em casa, logo estar a emitir sonoridades de propriedade intelectual de vários compositores e letristas. Estou tentado a contactar a SPA e indagar quanto pagaria para "actuar" 365 por ano, mais ou menos 2 horas em média diária.Provavélmente,sairá mais barato do que ter que adquirir serviços de saúde para "acalmar" a minha inquietação de não respeitar a implacável SPA - não confundir a sigla com serviços anti stresse dos hóteis.Enquanto não decido a atitude a tomar, e como "não há machado que corte a raiz ao pensamento" passarei a vocalizar para mim, sem usar a minha caixa de ressonância e de emissão vocal, afim de não dar argumentos à SPA de me autuar.Todavia, creio que está possibilidade terá dias. è que recentemente vi um programa onde cientistas já estão a estudar um meio de ler o pensamento das pessoas,por meio de ondas cerebrais. E eles já estiveram mais longe...
A partir dessa data - se quiser cantar para dentro - lá terei de pagar a taxa à SPA e andar com a respectiva autorização ao peito - lugar suficientemente exposto - para evitar continuadas fiscalizações.
Ao meu amigo "Chico - Quim baixista para os do meio da música" o meu lamento de não poder andar mais em plena Av da República (LX) a cantar "blues", "bossa-nova" e outras expressões musicais, que tanto nos dava gozo, entre o intervalo de duas corridas.
É que eu não quero que tenhamos de "fugir" em "sprint" aos atletas da SPA.
Enquanto escrevia este texto, já cantei a Portuguesa. Será que tenho de pagar. E é dedutível nos impostos???
Paulo Morna
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